Começando o blog

Era uma vez... Como se começa a escrever um blog?!?!
Bom, pelo começo, óbvio.
Então, mãos à obra.
Sou carioca e morei na cidade maravilhosa até 1998, quando, por forças do destino, tive que mudar para Brasília. Cidade maravilhosa também. No começo foi difícil, mas depois simplesmente me rendi aos encantos daquela cidade, e novamente sofri ao deixá-la em 2003.
Brasília não se revela assim da mesma forma escancarada e descolada que o Rio, é preciso ir conhecendo suas belezas aos poucos. Lá, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis vindas de todos os cantos do país, uma riqueza por si só.
Em 2003, mudei para São Paulo, desta vez não mais arrastada pela vida, mas disposta a contruir uma. Casei com um "paulista da gema" e tivemos um casal de filhos maravilhosos.
Da cidade não posso dizer muito desta vez, infelizmente. São Paulo é um lugar complicado, tem suas belezas também, mas não me conquistou. Hoje, torço para que a vida nos dê uma brecha para mais uma mudança...

Cresci em uma família bastante peculiar, meu pai cearense e minha mãe, nascida fora do país, se criou entre Fortaleza e Rio. Da infância tenho muitas lembranças das férias em Fortaleza, brincadeiras com os primos, praia, o colégio só para meninas no Rio, os discos do Chico Buarque da minha mãe, o estetoscópio do meu pai etc.
Desde pequena tomei gosto pela leitura. Todos liam muito na família, e meu pai sempre falava que o livro era o melhor companheiro de todas as horas. Tudo começou com Jane Eyre, de Charlote Brontë. Aquela estória em que a heroína que passa por tudo quanto é provação em nome de um amor profundo capaz de todo tipo de superação, me fez sonhar, viajar com o livro . Depois vieram Orgulho e Preconceito ( Jane Austen), Biblioteca das Moças (autores diversos), O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë), e mais alguns até que minha querida avó me apresentou à Rebecca (Daphne du Maurier), que eu lí roendo as unhas, morrendo de medo, mas que simplesmente não podia largar. Daí pra frente, nunca mais parei. Sou, na verdade, uma leitora de romances; românticos, policiais, não importa, o que gosto mesmo é de uma boa estória.
Aconteceu, no entanto, que ao chegar em São Paulo, morando apenas eu e meu querido marido, começo de vida a dois, me ví sozinha na cozinha e sendo obrigada a cozinhar. Não dava pra comer fora todo dia e eu nem queria isso, já tinha enjoado dos temperos das redondezas. Sempre ligava pra minha mãe em busca de socorro: - Mãe, como se faz feijão? Ela ajudava, mas não era suficiente, então comecei a comprar livros de receitas e a pesquisar na internet. Quando dei por mim, estava cozinhando por puro prazer.
Não tenho um paladar desses apuradíssimos e não entendo muito certas combinações culinárias modernas, mas adoro o cheiro de alho e cebola refogando, de noz moscada e pimenta do reino e, adoro mais ainda, saborear uma comidinha gostosa, honesta e de preferência ao lado da família e dos amigos.
Por isso, por essa longa história, resolvi começar esse blog, para falar de comida e jogar conversa fora enquanto as panelas estão fumegando no fogão.
Espero que gostem e sintam-se à vontade pra sentar à mesa.
Bon appétit.